sexta-feira, 8 de março de 2013

“De onde vêm os bebês?”


A pergunta inevitável chega aos pais e/ou professores que são apanhados de surpresa...: “De onde vêm os bebês?”.
“De onde é que vêm os bebês?”, perguntou a aluna Beatriz, de 07 anos de idade. A professora Luana, ficou embaraçada, mas em seguida teve uma resposta pronta “Quando existe amor entre um casal, e que se amam muito, pode ser esposa e esposo ou até mesmo, namorada e namorado. E esse amor é tão grande, tão grande, que acontece uma mágica, o companheiro coloca uma sementinha na barriga da companheira e depois de um tempo, nasce um lindo bebezinho”. Em seguida muitos rumores e curiosidades, despertaram no restante da turma. A professora pede silêncio e continua sua aula, a aluna não tão convencida, sorri e volta para seu lugar.
Enquanto isso a professora ficou a pensar qual resposta seria a mais indicada nesse caso, seria obrigação dela responder e sanar essa curiosidade? De que forma fazer sem conhecer como o assunto é abordado no âmbito familiar daquela aluna, e dos demais alunos?
Portanto, algumas questões devem ser pensadas:
As crianças, sobretudo a partir dos três, quatro anos, desejam saber. Especialmente se alguém comunica que está à espera de bebê, se sabem que a professora vai entrar em licença maternidade porque esta grávida, ou se elas próprias têm um irmão. E podem perguntar “Como é que se fazem bebês?”.
Para as perguntas da criança deve somente conter respostas verdadeiras. Contudo, a verdade pode ter vários níveis de profundidade e de entendimento.
A explicação que a professora deu naquele momento, foi impulsiva, mas conteve a curiosidade momentânea sobre a temática. No entanto, em outro momento seria interessante, retomar a conversa no contexto de uma aula, mas deve ser de forma lúdica e apropriada com o entendimento, conforme a idade do grupo. Especialistas sobre a temática e/ou profissionais da psicologia são indicados para participar desse momento.
Recomenda-se, que não vale a pena entrar em campos que levam a outros cada vez mais complexos e que poderão causar inquietação e não ajudar a compreender a primeira pergunta.
Perante uma pergunta assim, inesperadamente nada como devolvê-la: “O que você já sabe sobre isso?”.
Se a explicação da criança for satisfatória e correspondente à verdade dos fatos, então é de confirmar: “Sim, é exatamente como me disse!” Se ela apresentar explicação distorcida deve ser desconstruída e conduzida à verdade.
Inicialmente é necessária a avaliação do nível de entendimento sobre o assunto, e se tiver em grupo como foi o caso relatado acima, abre a discussão ao grupo fazendo uma mediação, diante das respostas que eles mesmos têm sobre o questionamento. A partir disso o profissional inicia uma reflexão, aproveitando para nivelar o entendimento do determinado grupo. Se for algo previamente preparado, como uma dinâmica use livros sobre a temática, jogos interativos e uma reflexão para o fechamento, escolha materiais apropriados conforme cada idade, nos livros ou jogos contém a censura.
É importante pensar que as crianças são francas e, quando há um interesse por um determinado assunto, procuram a informação nas fontes que a rodeiam. Portanto é necessário fazer esse acompanhamento ao que sabem, não apenas para confirmar, mas para corrigir conhecimentos que estejam equivocados. Entretanto, deve ser uma explicação simples e sem pormenores que, para a criança, são irrelevantes. Muitas vezes, ela não quer saber como é que se têm relações sexuais. Quer saber apenas como é que se fazem bebês.

Por: Tânia Mara da Rosa